Em 1989, a rivalidade entre Internacional e Bahia atravessou fronteiras nacionais e desembarcou na maior competição continental. Depois de se enfrentarem na final do Campeonato Brasileiro de 1988 – com título tricolor –, os dois clubes voltaram a se cruzar meses depois, dessa vez na fase de grupos da Copa Libertadores. Ambos avançaram às oitavas de final, mas foi no mata-mata que o Colorado deu o troco e eliminou o Bahia da competição.
O reencontro entre os dois clubes foi quente. O Bahia havia levado a melhor no Brasileirão, mas o Inter não esqueceu. E foi nas oitavas de final que o time colorado mostrou sua força. Comandado por Abel Braga, o Colorado venceu o duelo decisivo no Beira-Rio por 1 a 0, gol de Edu Lima, e garantiu a classificação às quartas de final. O empate na Fonte Nova no jogo de ida já havia sido um bom resultado para o time gaúcho.
O gol da vitória colorada veio em um momento crucial do segundo tempo, em um Beira-Rio lotado e pulsante. A torcida jogou junto e empurrou o time do início ao fim. Com uma atuação segura defensivamente e muito controle emocional, o Inter segurou o ímpeto do Bahia e mostrou maturidade em uma fase decisiva da Libertadores. Foi a consagração de um elenco que soube lidar com a pressão e a rivalidade.
O Bahia, por sua vez, não conseguiu repetir o bom desempenho da fase de grupos, onde havia terminado invicto. O Tricolor de Aço sentiu o peso da eliminação, especialmente por ter deixado escapar a chance de avançar mais longe após uma campanha sólida. Para muitos torcedores do Inter, aquela vitória teve um gosto especial: era a resposta depois da frustração nacional do ano anterior.
Aquele confronto acabou se tornando um marco para o torcedor colorado, não apenas pela classificação, mas também por reforçar o protagonismo do clube em disputas continentais. O Inter avançaria até as semifinais naquela Libertadores, caindo apenas para o Olímpia, do Paraguai, que se sagraria campeão. Mas o triunfo sobre o Bahia ficou marcado como um momento emblemático de superação e revanche.
Hoje, mais de três décadas depois, o destino cruza novamente os caminhos de Bahia e Inter na fase de grupos da Libertadores. Mas em 1989, a história foi clara: no mata-mata, quem riu por último foi o Inter. E o Bahia, eliminado, teve que aceitar o fim da linha.